Depois do lamentável resultado do jogo semifinal diante do Atlético Goianiense, todo são paulino acorda de cabeça inchada e tentando arrumar culpados para a derrota. Isso tem se tornado uma rotina na vida dos torcedores do SPFC.
Há quase uma unanimidade em dizer que o “menino” Igor Gomes é o maior responsável. Na linguagem dos boleiros podemos dizer que foi muito juvenil, ou “juvena”, nos dois cartões amarelos que resultaram em sua expulsão. Duas falta bobas no meio de campo pra parar a jogada. A segunda um carrinho irresponsável pra quem já estava amarelado. Jandrei vem em segundo lugar, com certa folga, pois cometeu falha gritante no segundo gol do time de Goiânia.
Há quem diga que poderia ter feito defesa no terceiro gol também. Porém o maior culpado, neste lance, foi Diego Costa que perdeu na corrida para o atacante e não conseguiu sequer fazer a falta pra parar a jogada. Mas seu crédito com a torcida é tão grande, devido às boas atuações, que pouco se vê críticas contundentes ao jogador. Reinaldo também tem sua parcela de responsabilidade. O primeiro gol saiu em jogada bem trabalhada pelo time rubro negro nas costas do lateral.
Rogério Ceni também recebeu muitas cornetadas de parte da torcida, tanto por causa da escalação, como pelas substituições. Enquanto alguns não aguentam mais ver Igor Gomes, Rodrigo Nestor e Pablo Maia entre os titulares, outros reclamam muito das entradas de Alisson e Marcos Guilherme.
Podemos analisar os equívocos do técnico separadamente: escolha dos jogadores tanto na escalação como em substituições, como na formação tática.
Em relação às escolhas, e independentemente do desempenho técnico dos jogadores, está muito evidente que alguns estão com a parte mental e emocional comprometidas para enfrentar uma semifinal de torneio internacional, caso de Igor Gomes, vaiado pela torcida antes mesmo de começar o jogo, ao entrar para o aquecimento. Também é o caso de Jandrei que além de demostrar insegurança em muitas jogadas, ainda passa a impressão de não estar totalmente apto fisicamente por causa da recente lesão na coluna.
Analisando a parte tática, podemos classificar como no mínimo inconsequentes as decisões de Rogério, que ao invés de fechar a casinha e armar um 4-4-1, optou por um 4-3-2, com jogadores ofensivos. Mas sem a velocidade necessária para aproveitar a maior posse de bola adversária e puxar contra ataques.
Outro erro foi ter feito as mudanças no time ainda no primeiro tempo sendo que faltavam poucos minutos pra acabar, dando oportunidade ao técnico adversário, já sabendo como ficaria a formação tática do SPFC, ter todos os 15 minutos de intervalo para arrumar seu time. Perdeu o fator surpresa que poderia causar alguma dúvida em Eduardo Batista.
O fato é que no segundo tempo o Atlético teve muito maior posse de bola, conseguiu fazer mais dois gols e pouco foi incomodado, nem mesmo em contra ataques.
Para o jogo de volta no Morumbi podemos contar com uma mudança obrigatória em relação ao primeiro jogo: para satisfação de grande parte da torcida, Igor Gomes suspenso não entrará em campo. Ou seja, a necessidade da vitória por dois ou mais gols de diferença também obriga o treinador do tricolor a pensar num time mais ofensivo.
Hora de Rogério Ceni ter humildade para reconhecer seus erros, repensar suas convicções pra poder tentar reverter essa situação e fazer valer suas palavras. Pois ditas na entrevista coletiva após o jogo: conseguir a vitória e a classificação pra final da Sul-Americana é uma obrigação.