Nessa sexta-feira (15), Raí completa 55 anos de vida. Saiu de Ribeirão Preto para vir a São Paulo, as cores não mudaram é verdade, mas Raí deixou de ser uma promessa para se tornar uma lenda. Chegou ao São Paulo 1987 e fez sua estreia contra o Grêmio na derrota por 1×0 na última rodada do primeiro turno do Brasileirão daquele ano.
Raí fez história no Tricolor do Morumbi, se transformou em ídolo, para alguns o ídolo máximo do clube, ganhou tudo o que disputou pelo São Paulo, sendo protagonista em quase todos campeonatos. Ganhou seu primeiro título como profissional em 1989, o Paulistão sob o comando do treinador Carlos Alberto Silva na final contra o São José.
Em 1990 Raí tinha marcado apenas 26 gols em 3 anos de clube, mas em outubro desse mesmo ano, tudo começou a mudar, afinal chegava ao São Paulo um tal de Telê Santana que comandou o São Paulo nos principais títulos da história do clube até então. Com Telê, ele começou a deslanchar, Raí virou capitão e foi o artilheiro do time em 1991 marcando 28 gols na temporada, sendo 20, só no campeonato Paulista.
Raí comandou o São Paulo no terceiro título brasileiro da história do clube, novamente ele foi o artilheiro do time na competição marcando 7 gols. O São Paulo derrotou o Bragantino de Carlos Alberto Parreira, ganhando o primeiro jogo no Morumbi por 1×0 e empatando por 0x0 em Bragança.
Depois do título Brasileiro, o São Paulo conquistou o Campeonato Paulista na decisão contra o Corinthians. No jogo de ida o São Paulo venceu por 3×0 com um Hat-Trick de Raí, na volta o jogo terminou empatado em 0x0 e o São Paulo conquistou o segundo título no ano.
Em 1992 foi o auge de Raí no São Paulo, afinal o time conquistou os títulos mais importantes e com enorme participação de Raí. Na Libertadores daquele ano, foi novamente o artilheiro do time assim como no Brasileirão. Marcou de pênalti o gol que levou para os pênaltis a decisão da Copa Libertadores contra o Newell´s Old Boys no Morumbi. Na cobrança de Gamboa defendida por Zetti, o São Paulo se sagrou campeão da Libertadores pela primeira vez.
Raí já era ídolo, por tudo o que tinha feito, mas foi no dia 13 de dezembro daquele ano de 92 que Raí entrou de fato para a história do São Paulo. Na final do Mundial, o São Paulo perdia por 1×0 para o Barcelona que tinha marcado com Stoichkov em um belo gol de fora da área, Raí empatou o jogo com um gol de barriga ainda no primeiro tempo. Aos 34 minutos do segundo tempo, Raí marcou o GOLAÇO de falta que selou o título mundial e a sua entrada para o Hall de maiores ídolos da história do clube. Após esse jogo o São Paulo retornou ao Brasil e se sagrou campeão Paulista daquele ano ganhando do Palmeiras.
No começo de 93, Raí foi vendido ao PSG, mas ficou no clube até o meio do ano e ainda conseguiu conquistar o bi da Libertadores sendo novamente o artilheiro do time e marcando de novo um gol de peito na vitória por 5×1 sobre a Universidad Católica no jogo de ida no Morumbi. Raí retornou ao clube em 1998 após 5 anos na França, sua reestreia foi na final do Paulistão contra o Corinthians, ele marcou um gol de cabeça e ajudou o São Paulo a conquistar mais um título, 24 horas após desembarcar na capital Paulista. Naquele ano ainda Raí rompeu os ligamentos do Joelho e ficou mais de um ano parado. Em 2000 Raí foi mais uma vez campeão Paulista, desta vez contra o Santos, e em julho daquele ano se aposentou, deixando de ser jogador para oficialmente se tornar uma lenda do São Paulo Futebol Clube.
Ao todo Raí disputou 393 jogos, marcou 128 gols e conquistou 9 títulos pelo clube sendo 1 brasileiro (91), 1 mundial (92), 2 Libertadores (92 e 93) e 5 Campeonatos Paulista (89, 91, 92, 98 e 00).
Um abraço a todos!
Gustavo Dervelan (@dervelan_1999)
