O técnico André Jardine comentou após a eliminação do São Paulo para o Talleres na 2ª fase da Copa Libertadores 2019, o treinador era cotado para sair, mas pelo menos até a realização da coletiva estava mantido no cargo…
Partida
“Primeiro, sobre o jogo. O Talleres imprimiu uma marcação agressiva nos dois jogos, isso nos incomodou bastante. Nenhum momento nosso time teve tranquilidade para jogar. Isso foi o maior mérito do Talleres no jogo de hoje, praticamente anulou nossas principais virtudes. Ansiedade pode ter nos atrapalhado um pouco, alguns jogadores tentaram resolver o problema com o que se passava na cabeça”
Frustração
“O sentimento que domina é a frustração. Tudo que o nosso grupo queria era sair hoje com a classificação. Agradeço o apoio da torcida, enquanto o jogo rolou ela fez sua parte. A chega no estádio foi inesquecível. O sentimento no vestiário é o mesmo que o meu, de frustração. Hoje fica uma noite bastante triste para todos nós”
Limite
“Eu realmente não sei dizer qual é o meu limite. O que eu sei é que quem está no futebol… jogadores, presidente, Raí, estamos sujeitos e estamos aqui para suportar a pressão que é estar no São Paulo. O São Paulo é muito grande. A pressão dos anos que não conquista, a gente sabe de tudo isso. Todos estamos trabalhando, todos os dias, acreditando que teremos um grande ano. Enquanto eu me sentir capaz e com força para seguir, eu vou seguir sim”
Consciência
“Eu sou muito consciente e autocrítico. Talvez a maioria dos treinadores sejam assim também. Sendo bem sincero, é bem frustrante o que eu consegui extrair até agora do pouco. Eu tinha uma expectativa muito maior. Atitude não faltou, a equipe se entregou no seu limite. Eu posso garantir, especialmente para a nossa torcida, que eles foram no seu limite. Taticamente e tecnicamente fomos abaixo, e essa responsabilidade é minha. Vocês que puderam me acompanhar na base, e viram meu time jogando, sabem o nível de futebol que pratico e admiro. Eu ainda não consegui, a verdade é essa. Teve momentos e suspiros que estive satisfeito, mas no jogo de hoje fomos abaixo, e a responsabilidade é minha. Quando jogadores com a qualidade que temos não jogam bem, a responsabilidade é minha”
Recado ao Muricy
“Esse bater no braço eu sempre fiz. Mas sei que é um ato que o Muricy fazia muito. Queria agradecer as mensagens dele durante a semana, prestei muita atenção. É um treinador que admiro muito, tenho um carinho e respeito muito grande. Foi o primeiro que me acolheu aqui no São Paulo. Ele via jogadores acomodados na base, e eu prometi para ele que essa mudança ia acontecer no São Paulo. E esse objetivo que coloquei para mim, há quatro anos atrás, é realidade. O nosso grande projeto passa a ser, colocar aqui, conceitos e modo de jogar que colocam o São Paulo como referência”
Decepção
“Estou bastante decepcionado. É momentos de todos dentro do clube reconhecerem isso. Temos a expectativa de jogar um futebol muito melhor. A responsabilidade é minha. Mas não custa, lembrar-nos todos, que a dificuldade do São Paulo se impor contra clubes menores no Morumbi vem de bastante tempo. O fato é que eu ainda não consegui. Imagino eu que tenho capacidade. O problema ainda existe, e precisamos resolver. O São Paulo precisa ser capaz de jogar um futebol melhor, que a torcida está acostumada”
Escolhas na pré-temporada
“Eu escolhi, lá na pré-temporada, ir por um caminho. O treinador pode adotar procurar desde o início uma equipe ideal, insistir nela e repetir. O treinador pode rodar o elenco, ir testando, colocando um time a, b ou c. E eu escolhi o caminho de valorizar os principais jogadores do elenco. Então, em algum momento, rodar entre eles, trocando três ou dois jogadores. Isso tentando dar um padrão e respeitando as características dos jogadores. É um desafio grande. Mas eu realmente acho que sai colocando desde o primeiro jogo uma equipe tida como titular. Hoje, depois de uma derrota importante, obviamente que se questiona tudo, mas acho que não foi nosso principal erro. Repetiria essa estratégia”
Clássico no final de semana
“Não consegui pensar nisso ainda. Nesse momento é tristeza. Todos no vestiário sofrendo, como tem que ser. Começando a pensar como vai ser daqui para frente. O dia de amanhã com certeza vamos conseguir refletir melhor sobre todas as coisas”
Clima no vestiário
“Todo mundo está no vestiário. Nós, no São Paulo, temos o hábito de estar juntos na derrota e na vitória. Todos estão tristes. As palavras que falamos um para os outros são de força. Não se fala muito”