
“Cercado de preconceitos, o esporte não chegou a se firmar entre as mulheres, mas a partir de 1981 formaram-se várias equipes femininas em clubes como São Paulo, Guarani, América e outros”
( Trecho do livro “Breve História do Futebol Brasileiro” – José Witter)
O pioneirismo do São Paulo Futebol Clube, como manda a tradição do clube, não poderia ficar de fora, também se fez presente no futebol feminino.
E assim em 17 de maio de 1940, segundo relatos de Thomaz Mazzoni (comentarista esportivo), mesmo que indiretamente, nascia o futebol feminino do time paulista, em um amistoso São Paulo x Flamengo no estádio do Pacaembu, na preliminar entrou em campo as equipes de futebol feminino dos respectivos times.
CONFIRA ⇒ Estaremos atualizando as informações do futebol feminino sempre que possível
Mas foi nos anos 80, que diretamente o futebol feminino despontou, inclusive em 1983, o São Paulo Futebol Clube conseguiu a 3° colocação no campeonato “Taça São Paulo”, infelizmente são poucos registros encontrados dessa época.
Em 1991, o futebol feminino nasceu para o conhecimento do mundo, quando a FIFA organizou a primeira Copa do Mundo da categoria, devido o grande interesse despertado em 1996, a categoria foi incluída nos jogos olímpicos, e o Brasil participou desde o começo.
Em 1997, a CBF juntamente com a FPF, organizaram o primeiro torneio de futebol feminino, o “Paulistana”, dando início a uma bela e grandiosa história Tricolor no desporto.
Na nova era do futebol feminino no São Paulo, o elenco teve Sissi e Kátia Cilene como principais destaques da equipe.
- Sissi – A primeira grande jogadora de futebol do país. Atuou pela seleção brasileira nas Copas do Mundo em 1995 e 1999 ( sendo medalha de prata nas duas, e a artilheira na última) e nos jogos olímpicos de 1996 e 2000.

- Kátia Cilene – Jogadora alta e veloz, fazendo um comparativo entre jogadores, lembra muito o Chulapa, não apenas por atributos físicos, mas principalmente pelo seu fato aguçado de gol. Em sua melhor temporada, a artilheira registrou 57 gols em 27 jogos.

Outro destaque era a volante Formiga, que até hoje é jogadora profissional, representou a seleção brasileira por anos, uma grande capitã, ali estava apenas começando.
No primeiro ano foram realizados um total de 32 jogos, com 2 empates e 2 derrotas, 199 gols marcados e somente 22 sofridos. A maior goleada foi 21×0 contra o time Ativa de Campo Grande, partida válida pelo torneio local.
Dos quatros campeonatos que a equipe de futebol feminino Tricolor disputou venceu as quatros.
- Torneio de Campo Grande
- Campeonato Paulista
- Torneio da Primavera
- Campeonato Brasileiro (com 100% de aproveitamento)
As são-paulinas começaram com o pé direito, o Campeonato Paulistana de 97, com três belas goleadas; – no Mackenzie (5 a 1), – no Juventus (7 a 1), – na USP (9 a 1). Na quarta rodada perdeu a invencibilidade para o time da Lusa Sant’Anna por 3×4, mas reencontrou o caminho das vitórias após obter êxito nos clássicos; – Santos (3 x 0), – Corinthians (2 x 1) e – Palmeiras (com um grande 6 a 0).

Esse ótimo desempenho e exemplar aproveitamento, levaram a equipe Tricolor para final do campeonato, num tradicional duelo “SANSÃO” com o seu arquirrival, o Santos.
O primeiro jogo da final, contra o alvinegro santista, teve uma leve surpresa, o resultado foi um empate em 1 a 1. Mas motivadas a conquistar o título para o clube paulista, na partida final, as jogadoras definiram o jogo logo no primeiro tempo, com gols da artilheira Kátia Cilene ( 6′ , 30′, 40′) e de Karin ( 13′). E o gol de honra da equipe adversária saiu aos 27 minutos do segundo tempo, marcado por Mônica.
Abaixo segue informações sobre o SanSão:
29.06.1997
Campeonato Paulista Feminino – Final
São Paulo (SP), Ibirapuera
SÃO PAULO 4 X 1 SANTOS
Árbitro: Romildo Correia
SFC: Evanir (Rosa); Fanta, Cynthia, Solange e Claudinha; Mônica, Elaine, Flávia e Patricinha (Nana); Rita e Raquel. Técnico: Eduardo Jenner.
Gols: Mônica, 27/2

Neste período tinha vez que as meninas atuavam antes do jogo do São Paulo masculino profissional, atraindo a torcida são-paulina para apoia-las, até criando música de provocação aos rivais como “Sissi, melhor que o Didi”, no caso Didi era um atacante do Corinthians em 1998.
Em março de 2000, mesmo com o bom desempenho da equipe após o título de 1997, devido alguns problemas no futebol feminino brasileiro, foi encerrada as atividades dessa categoria no clube, tentando o retorno da mesma em 2005 e 2015, porém sem grande sucesso.
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As são-paulinas voltaram a campo em 2017, categoria Sub-17, em parceria com o AD Círculo Olímpico: e já conquistaram o campeonato estadual da categoria! Vale ressaltar que estão invictas até o momento no Campeonato Paulista 2018.
?? Tathiane Marques
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