Nos últimos dias surgiram rumores de que Luis Zubeldía está entre os cotados para assumir a Seleção do Equador. Isso traz péssimas lembranças para o torcedor são-paulino. Isso porque, logo no início de 2024, a Seleção Brasileira levou Dorival Jr, que em 2023 havia conquistado a inédita Copa do Brasil, deixando o clube em uma situação complicada em busca de um novo comandante.
Além de Dorival Jr, outras seleções já vieram atrás de comandantes do Tricolor. A história do São Paulo com treinadores que se destacam e são chamados para seleções nacionais é longa.
Joreca
O português Jorge Gomes de Lima, mais conhecido como Joreca, assumiu o São Paulo após a refundação do clube, em 1943. Seu bom trabalho no clube o levou à seleção brasileira, onde comandou a equipe nacional ao lado do treinador Flávio Costa em dois amistosos contra o Uruguai, em 1944. Então, o Brasil venceu o primeiro duelo por 6 a 1, em São Januário, e o segundo por 4 a 0, no Pacaembu.
Após o serviço na seleção, Joreca retornou ao São Paulo e ficou no comando técnico até 1947, conquistando três Estaduais (1943, 1945 e 1946). À época, o time ganhou o apelido de “rolo compressor” e tinha como principal jogador o ídolo Leônidas da Silva. Infelizmente, o português morreu em 1949, vítima de um ataque cardíaco, aos 45 anos. Sua trajetória é lembrada com saudade pelos torcedores.
Feola
Vicente Feola, uma lenda do São Paulo, é o treinador com mais jogos no comando do time tricolor, totalizando 532 partidas. Ele estreou em junho de 1937 e permaneceu no clube em cargos administrativos quando não esteve à beira do gramado. Desse modo, após ser bicampeão paulista em 1948 e 1949, Feola foi convidado para ser auxiliar de Flávio Costa na Copa do Mundo de 1950.
Feola comandou o Brasil pela primeira vez em 1955, na vitória por 2 a 1 sobre o Chile. Então, oficializaram-no no cargo em 1958, ano em que o Brasil conquistou sua primeira Copa, na Suécia. Mesmo enquanto comandava a seleção, manteve seu trabalho no São Paulo até 1966. No entanto, não levou o clube a títulos novamente. A presença de Feola no clube é um marco na história do São Paulo.
Aymoré
O êxito de Vicente Feola à frente do Brasil garantiu ao São Paulo o rótulo de ter bons treinadores de seleção. Aymoré Moreira substituiu Feola no comando do tricolor paulista no primeiro semestre de 1962. Rapidamente, convidaram-no para assumir a equipe nacional no Mundial do Chile, em 1962, quando o Brasil conquistou o mundo pela segunda vez.
Ao retornar para o São Paulo como campeão do mundo, a diretoria demitiu Aymoré por divergências. Um dos motivos seria o corte de Benê, ídolo do clube, da disputa da Copa do Chile. Então, tricolor paulista ficaria sem títulos expressivos durante toda a década de 1960, voltando a ser campeão em 1970, quando faturou o Paulistão. A saída de Aymoré deixou uma lacuna no time.
Prof Osório
O colombiano Juan Carlos Osorio Arbeláez chegou ao São Paulo em maio de 2015, após bom trabalho no Atlético Nacional-COL. Ele caiu nas graças da torcida, mas ficou apenas cinco meses, deixando o clube para assumir a seleção do México. A saída de Osorio foi um golpe duro para os torcedores.
Após a saída de Osorio, o São Paulo disputou dez partidas no Campeonato Brasileiro daquele ano sob o comando interino de Milton Cruz. O time venceu cinco partidas, empatou uma e perdeu cinco, incluindo a histórica goleada por 6 a 1 sofrida para o Corinthians, fora de casa. Desse modo, tricolor paulista terminou a competição em quarto lugar e garantiu a classificação para a Libertadores. No entanto, a instabilidade no comando técnico impactou o desempenho do time.
El Paton Bauza
O São Paulo anunciou o treinador argentino Edgardo Bauza em dezembro de 2015, visando o retorno do clube à Libertadores no ano seguinte. Na competição sul-americana, o tricolor chegou até a semifinal, mas acabou sendo eliminado pelo futuro campeão Atlético Nacional. Bauza deixou o time em agosto para assumir a Argentina. Sua saída foi mais um episódio da saga de treinadores do São Paulo.
Após a saída de Bauza, a equipe tricolor teve outros três técnicos (André Jardine, Ricardo Gomes e Pintado) e terminou o Brasileirão apenas na décima colocação. Então, busca por estabilidade no comando técnico continuou a ser um desafio para o São Paulo.
Essa trajetória mostra que, embora o São Paulo tenha uma história rica com treinadores que se destacam e são chamados para seleções nacionais, essa realidade traz desafios para o clube. Então, saída frequente de técnicos para seleções impacta diretamente o desempenho do time, que precisa constantemente buscar novos comandantes e se reestruturar. Portanto, a possibilidade de perder Luis Zubeldía para a seleção do Equador revive esses desafios para os torcedores são-paulinos.