Santos e São Paulo se enfrentam no próximo sábado (16) na Vila Belmiro, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro. E a partida trará algo em comum entre as duas equipes: a política agitada.
Leco e José Carlos Peres estão pressionados não só por resultados, mas também por conselheiros e diretores de seus respectivos clubes, o que pode afetar o desempenho das equipes dentro de campo.
No último dia 4 de novembro, aconteceu no Salão Nobre do Morumbi a reunião do Conselho Deliberativo. 111 dos 240 conselheiros estiveram presentes nos debates envolvendo as aprovações de contratos e avaliação de relatórios financeiros. Porém, o presidente Leco juntamente com um grupo de conselheiros, deixaram o local durante o evento.
Houve também uma discussão envolvendo uma multa prevista em um contrato com uma empresa que faria adequações no programa de Sócio Torcedor. Para a votação do contrato, a contagem foi feita no visual, e foi solititado que os diretores executivos saíssem da sala e retornassem na sequência. Porém, não retornaram para a continuação do debate. O fato gerou incômodo e grande mal-estar entre os conselheiros que permaneceram na reunião.
Outros fatos que balançam a política do São Paulo são a revelação do déficit de R$ 77 milhões e a necessidade da negociação de atletas após a finalização da temporada, além do provável pedido de conselheros da oposição pelas demissões do diretor de futebol, Raí, e do gerente-executivo, Alexandre Pássaro.
A política do Santos também ferve. Além da pública insatisfação do técnico Jorge Sampaoli com a dificuldade do alvinegro praiano em contratar os reforços solicitados, os postos mais altos da diretoria santista atravessam maus bocados. O presidente José Carlos Peres foi suspenso pelo STJD por 15 dias na última sexta (08), após fazer críticas públicas ao VAR no Campeonato Brasileiro.
Na última segunda (11), logo após o início da ausência de Peres das funções administrativas do clube, o vice-presidente, Orlando Rollo, chegou na Vila Belimiro com o pensamento de que era presidente em exercício (Rollo estava licenciado), e que poderia fazer alterações no Comitê de Gestão. Rollo destituiu quatro membros para substituí-los por outros quatro de sua confiança.
O Santos não reconhece as trocas, assim como o STJD, cujos representantes afirmaram que a punição de Peres não atinge as esferas administrativas do clube, apenas as esportivas. Peres atendeu a imprensa horas depois, afirmando estar sofrendo uma tentativa de “golpe” por parte de Orlando Rollo.
Peres e Rollo estão em rota de colisão desde o início do mandato, no início de 2018, em um entrevero que começou com a demissão do executivo de futebol Gustavo Vieira de Oliveira, com a qual Rollo não concordou. A crise também envolve pactos de campanha entre Peres e Rollo que não foram cumpridos um com o outro, como por exemplo, uma promessa não cumprida por Peres a Rollo, de que ele teria uma sala particular no CT Rei Pelé e o livre acesso aos atletas do clube. Peres já chegou a diminiur os poderes políticos de Rollo (ato considerado ilegal pelo conselho), e já passou por um processo de impeachment, que foi rejeitado em votação.
O clássico acontecerá no próximo sábado às 17h, na Vila Belmiro.