Na 16ª rodada do Brasileirão 2018, o São Paulo segue a sequência complicada após pausa da Copa do Mundo, o último desafio será neste domingo (29) contra o Cruzeiro no Mineirão.
VEJA ⇒ Pré-jogo de Cruzeiro e São Paulo no Mineirão
Vivo em todas as competições, e campeão mineiro na temporada, o Cruzeiro está bem em 2018, no geral são 40 jogos, 24 vitórias, 8 empates e 8 derrotas, foram 59 gols marcados e apenas 26 sofridos. A maior parte das derrotas aconteceu justamente no Campeonato Brasileiro, foram 5 delas, apenas uma delas foi em casa, contra o Grêmio na primeira rodada da competição.
Antes da pausa para a Copa do Mundo 2018, o Cruzeiro vinha de uma sequência ruim, empatou em 1 a 1 com o Vasco em casa, perdeu para a Chapecoense, 2 a 0, fora de casa, e empatou com o Paraná em 1 a 1, também fora de casa. Durante a pausa da Copa, perdeu o amistoso para o Corinthians, 2 a 0, em casa, e empatou um outro fora de casa, 2 a 2, contra o mesmo Corinthians. O retorno foi com um empate em 1 a 1 com o Atlético-PR nas oitavas de final da Copa do Brasil, o Cruzeiro garantiu vaga na próxima fase da competição. Depois vitórias ‘convincentes’ contra América-MG, de virada no clássico, 3 a 1, e também uma virada contra o Atlético-PR pelo Brasileirão, 2 a 2, ambos os jogos em casa. Por fim saiu para jogar contra o Corinthians, em Itaquera, poupou alguns titulares e perdeu de 2 a 0.
Vamos nos preparar bem, é um jogo difícil, grande, um jogo importante. Queremos voltar a jogar bem, não sair atrás em casa, como foi contra o América-MG e Atlético-PR, não é o caminho ideal para enfrentar uma equipe como o São Paulo”, disse Mano Menezes.
O Cruzeiro comandado por Mano Menezes contém bom retrospecto na temporada, mas no retorno após pausa para a Copa do Mundo, está começando a fazer um rodízio de jogadores, contra o Corinthians já poupou atletas, e contra o São Paulo também preservará jogadores no limite físico, já que tem jogo importante da Copa do Brasil no meio de semana.
Com muito tempo de casa, Mano Menezes tem feito um trabalho sólido, mesmo que por vezes criticado pela equipe não ser muito ousada, conhece muito bem o elenco, sua tática natural é o 4-2-3-1, provavelmente formado com: Fábio; Edilson, Dedé, Léo e Egídio; Henrique e Ariel Cabral; Rafinha, Arrascaeta e Mancuello (Rafael Sobis); Hernán Barcos. Robinho e Thiago Neves eram cotados, mas devem ser preservados, com isso Arrascaeta volta ao time titular, Mancuello e Sóbis disputam uma vaga, estilos diferentes de jogo, o argentino mais meia, armador, e o Sóbis é mais atacante, finalizador. Além do Arrascaeta, jogadores importantes como Edilson e Dedé retornam ao time titular, descansados. Também tem a possibilidade do recém-contratado, Barcos não começar o jogo, e entrar Raniel, que tem mais força física.
O Cruzeiro é uma equipe que contém um sistema muito bem equilibrado, Mano Menezes é um técnico que visa primeiro a solidez defensiva, ou seja, um time que esteja organizado primeiramente para proteger a defesa, e é por isso que o Cruzeiro sofreu poucos gols. Normalmente atua com meio-campistas abertos pelas pontas, contra o Corinthians escalou quatro volantes, sendo um deles jogando na lateral-direita, Lucas Romero, Henrique e Lucas Silva na frente da defesa, Bruno Silva aberto pela direita, contra o São Paulo é possível que faça uma trinca de meias, Rafinha pela direita, e Mancuello pode jogar pela esquerda, Arrascaeta centralizado, tática mais característica e um pouco mais ofensiva do time mineiro, repetindo o que fizeram contra o América-MG, mas sem Thiago Neves.
Apesar da força de marcação, os laterais do Cruzeiro são atletas que costumam apoiar, Edílson com sua característica de finalizar com força, seja chutando para o gol ou até mesmo em cruzamentos, já Egídio apoia bastante, surge de surpresa pelo setor esquerdo, muitas vezes quando o meia que atua pelo seu setor, puxa para o meio, abrindo um corredor para o lateral. Mirando contra-ataques, quando está sem bola, o Cruzeiro se posta no 4-4-2, apenas Thiago Neves, que no caso não deve jogar, portanto deve ser Arrascaeta, fica um pouco mais avançado junto com o centroavante, e armam jogadas ofensivas.
O ‘dono do time’ é o Arrascaeta, atleta que jogou a Copa do Mundo 2018 pelo Uruguai, marcou 10 gols e deu 5 assistências na temporada, está sendo decisivo no retorno após a pausa da Copa, foram 3 gols e 1 assistência. No ranking de artilheiro vem em sequência Thiago Neves, 9 gols, depois empatados com 6 gols: Rafinha, Rafael Sóbis e Raniel. Já nas assistências o líder é o lateral-esquerdo Egídio, com 7 assistências, depois Arrascaeta e Robinho empatados com 5, Sóbis com 4, e depois empatados com três: Edílson, Henrique, Thiago Neves e Raniel.
Ponto forte |
Sistema defensivo, como padrão dos times de Mano Menezes, a defesa costuma ser muito protegida, tanto é que sofreram apenas 26 gols em 40 jogos na temporada, portanto fazer mais de um gol na equipe mineira não costuma ser simples. Qualidade no meio de campo é outro fator decisivo para o time, não são jogadores habilidosos e rápidos, mas tocam a bola com qualidade, envolvem o adversário, precisa ter muita atenção.
Ponto fraco |
Erros individuais de marcação, pode ser um pouco contraditório após elogiar a defesa cruzeirense, mas neste retorno da Copa do Mundo, o time sofreu gols em falhas individuais de marcação, e na maioria delas foi do Dedé, que até acabou poupado do jogo contra o Corinthians, a justificativa foi sua condição física, ainda não está 100% neste retorno, é natural após um ‘mês parado’, contra o Atlético-PR na Copa BR deu o bote estranho na área, já no fim da parte, teve uma saída bizarra que tropeçou na bola e gerou o gol do América-MG, cometeu pênalti contra o Atlético-PR após chegar atrasado. Outro ponto é o Egídio pelo lado esquerdo, caso seja titular, sua marcação costuma não ser das melhores.
Fique de olho |
Arrascaeta, já era o melhor jogador cruzeirense antes da pausa para a Copa do Mundo, o mais decisivo, e nesses primeiros jogos após o retorno está fazendo mais ainda a diferença, precisa ter atenção redobrada.
Reencontro |
Rafinha, não é novidade, já atuou diversas vezes contra nós, o meio-campista de 34 anos veio para o São Paulo em 2003-04, retornou em 2007, mas quase nem jogou.
Fábio Martins