No rumo do bicampeonato, começamos com o pé direito. Jogando o suficiente, em um lotado Mangueirão, o São Paulo bate o Águia de Marabá por 3 x 1, e encaminha a classificação para as oitavas de final. Daqui três semanas, no Morumbis, poderá até perder por um gol de diferença.
Com um time bastante modificado, preservando titulares importantes, o São Paulo fez o que se esperava dele: pressionar a equipe paraense desde o início, contando também com a “ajuda” do adversário, que não marcava em cima, deixava a bola em nossa posse. Aos 17 minutos, Juan perdeu um gol inacreditável, sozinho e com o gol aberto, carimbando a trave. A partir dos 31, o São Paulo ficou com 1 a mais, após a expulsão de Wander, mas viu o Águia abrir o placar: após sobra de escanteio, fora da área, Wender pegou na veia e marcou um golaço. Por sorte, o São Paulo virou na sequência, em dois cruzamentos perfeitos da direita, com Erick e Galoppo, encontrando Juan. Gols de perdão no jogo, e redenção após muito tempo.
Depois de voltar no intervalo em ritmo menor, administrando o 2 x 1, o São Paulo respirou aliviado e anotou o terceiro: após boa jogada na direita e cruzamento desviado, Luiz Gustavo pegou a sobra no meio da área e conferiu. Dali pra frente, o jogo foi amornando cada vez mais, com poucas chances de gol para os dois lados, levando o técnico Luis Zubeldia a reclamar da moleza nos minutos finais. Parou no 3 x 1.
Notas:
Jandrei – Pouquíssimo exigido durante o jogo, levando o gol na única boa chegada do Águia. Podia ter feito coisa melhor no lance, mas o inesperado lhe tira a culpa. 5.0
Moreira – Apareceu bem pelo lado direito e foi participativo, provando que é titular caso esteja 100%. 7.0
Diego Costa – Capitão e no jogo 150, pouco trabalhou. 5.5
Ferraresi – Pouco trabalho também, jogo tranquilo. 5.5
Patryck – Fez um jogo mediano e suficiente, a expectativa agora é para que mantenha o nível em partidas maiores. 7.0
Galoppo – Extraclasse, valeu cada centavo. Um grande achado colocá-lo mais recuado, e cruzou com as mãos para o gol de empate. 8.0
Luiz Gustavo – Voltando de lesão, não quis saber de tirar o pé nas divididas, brigou por todas as bolas e ainda guardou o seu. 9.0
Rodrigo Nestor – Discreto no jogo, mas o começo como titular mostra que vai ganhando ritmo aos poucos. 6.0
Michel Araújo – O menos melhor da noite. Apareceu pouco, e foi mal quando apareceu. Não vale a pena comprar em definitivo. 4.0
Erick – Um grande achado do mercado, mais uma vez entrou bem. Foi quem mais tentou o diferente, um lance mais ousado, além do cruzamento perfeito para o 2 x 1. 7.5
Juan – Depois do gol inacreditável que perdeu, quem diria que veríamos essa nota. Deixando a parte todas as críticas, decidiu o jogo como um bom centroavante; quem sabe não ganha confiança. 9.5
Rodriguinho – Ele voltou, acreditem se quiser. Não fez grande coisa, ainda precisa do melhor ritmo. 5.5
Bobadilla – Entrou cheio de vontade, mas ela também virou afobação. Perdeu alguns pontos com o cartão amarelo evitável. 5.5
Ferreirinha – Podia ter sido poupado, não havia necessidade de entrar, ao lado de Rodriguinho e Bobadilla. Pouco fez no jogo. 6.0
Sabino – Enfim, a estreia depois de uma negociação um tanto misteriosa. Entrou aos 25min do 2º tempo para fazer número, sem um teste para valer. 5.0
William Gomes – Um pouco afobado, mas ver toda sua vontade é um prazer enorme. Criou duas chances, temos um diamante bruto vindo de Cotia. 7.5
Luis Zubeldia – Mesmo com o jogo resolvido, não queria saber de moleza ou conformismo com o 3 x 1. Só perdeu pontos pela entrada de Ferreirinha, não era necessário. 7.0
Nota geral – Contra um time de Série D, que não empolgou tanto em 2024, fizemos o esperado e suficiente. Classificação encaminhada, e uma boa dose de confiança para os dois jogos fora de casa que vem aí. 7.5
Bola cheia:
Juan – Apesar do gol perdido, fez seu melhor jogo em anos com a camisa do São Paulo. Isso é o mais importante em um camisa 9, decidir quando a bola chega, e o fez com muito atraso.
Galoppo – Lesões como a sofrida por Galoppo em 2023 são um eterno fantasma, esperamos que seja diferente. Junto com Luiz Gustavo, formou uma dupla alternativa de volantes, com a lesão de Pablo Maia.
Bola murcha:
Luis Zubeldia – Um técnico enérgico é muito bom para o time, cobrando disposição até o fim. Porém, não é preciso forçar jogadores sem necessidade, ainda mais com as recorrentes lesões. Calleri jogou 90 minutos contra o Barcelona, e Ferreirinha entrou hoje com o jogo resolvido, vindo de lesão recente. Não precisava, não é? Temos elenco e uma base não testada para essas horas de tranquilidade.
João Silvino
(YouTube: João Silvino)
