O Governo do Estado de São Paulo anunciou na última quinta (23) que os estádios de todos os 645 municípios estarão autorizados a reabrir os portões a partir do dia 4 de outubro.
Em acordo fechado entre a administração de João Doria (PSDB) e a Federação Paulista de Futebol, a reabertura vai liberar, inicialmente, a capacidade de 30% de cada setor do estádio que vai receber a partida, sem acesso da torcida do clube visitante. Para conseguir comprar o ingresso, o torcedor vai ter que comprovar o ciclo vacinal completo, seja com 2 doses de vacinas Pfizer, AstraZeneca ou SinoVac, ou a dose única do imunizante da Janssen. Quem estiver com 2ª dose pendente, terá que apresentar além do comprovante de imunização, um teste com antígeno de até 24h antes da partida e/ou PCR em até 48h. Dentro do local, os torcedores precisarão ficar distanciados em 1,5m entre eles, e com uso obrigatório de máscaras.
Além das dúvidas sobre o cumprimentos dos protocolos obrigatórios, uma outra dúvida paira sobre o retorno dos torcedores. Desta vez, uma dúvida técnica. Como os clubes que estão em crise vão receber os torcedores? O que esperar deles? Com certeza, essa é uma interrogação que também circula no Morumbi.
O futuro do São Paulo na atual temporada e na próxima é incerto. O risco de rebaixamento aumenta a cada tropeço, levando em conta que o Brasileirão já passou da metade. O futebol praticado é feio e preocupante. Hernán Crespo está tomando decisões que muitos torcedores e jornalistas tem dificuldades em compreender. Os dirigentes não são de muitas palavras. Começam a surgir informações sobre dificuldades em renovações de contatos com jóias de Cotia e com jogadores do elenco profissional. Não há dinheiro para contratações. Surgem dívidas de onde jamais se imaginava. O comportamento do time dentro de campo nas eliminações em Libertadores e Copa do Brasil foi vexatório, totalmente entregue e sem esboçar qualquer ameaça contra Palmeiras e Fortaleza.
Em meio a tantas incertezas e com tudo jogando contra, os portões do Morumbi serão reabertos. E desde já, um dos grandes questionamentos é: como vai se comportar o torcedor nesse retorno, em meio a tudo que está vendo de fora nas últimas semanas. Como o comportamento do torcedor vai refletir no trabalho do clube dentro e fora de campo após 1 ano e 6 meses de arquibancadas vazias.
Jogadores, comissão técnica e atletas terão que redobrar a atenção e buscar a melhora no desempenho assim que este retorno acontecer, pois é perceptível nas redes sociais que boa parte dos torcedores já teve a paciência esgotada, e possíveis protestos podem impactar na rotina do trabalho, como é comum acontecer no futebol brasileiro.
Afinal, as máscaras evitam a entrada do Covid-19. Mas, não poderão controlar o manifesto do são-paulino, seja na boa ou, ainda mais, na má fase.
Caio Felix
caiofelixjornalista@outlook.com