O jornal esportivo L’Equipe, da França, publicou na última quarta-feira (31) uma entrevista onde o ídolo e atual dirigente tricolor comenta sobre questões do atual cenário político brasileiro. Além de questionar os valores do vencedor da eleição à presidência Jair Bolsonaro (PSL), Raí comenta sobre a ascensão do pensamento conservador e a necessidade da esquerda política se “reinventar”.
Mesmo não tendo declarado abertamente seu voto, Raí não negou insatisfação com o resultado das urnas. “Depois dos resultados, fiquei triste e até assustado quando vi as reações do povo celebrando a vitória de um candidato que já mostrara valores absurdos e repugnantes”, afirmou.
O ex-atleta falou também sobre o apoio que Bolsonaro recebeu de outros boleiros, entre eles Lucas Moura, Ronaldinho Gaúcho e Felipe Melo. “Eles o apoiam porque acreditam em um país melhor com ele. O futebol é um reflexo da sociedade. Especialmente seu lado conservador e suspeito”, concluindo ainda com uma reflexão sobre a falta de atletas críticos ao presidente eleito. “Eu acho que é por falta de cultura, cultura política também. Não se expressam com ceticismo, têm medo da agressividade do público e porque se sentem minoria entre os jogadores de futebol.”
Considerando que foi uma eleição “guiada pelo ódio”, Raí ressaltou a importância de haver uma oposição que saiba agir com inteligência e amor ao próximo. “‘É preciso endurecer, mas sem perder a ternura jamais.’ Esta frase (de Che Guevara) é mais do que nunca relevante. Eu não defendo o comunismo, mas sim um novo humanismo democrático, inclusivo e sustentável. Devemos procurar um novo modelo de esquerda que seja eficaz e nos represente. Nós também precisamos de novos líderes.”, afirmou.
O executivo de futebol do São Paulo FC ainda comparou o que ocorreu no Brasil com o que tem visto no resto do mundo. “A onda de Bolsonaro é o resultado de uma migração de todo o mundo para a extrema-direita. Em média, 25% da população mundial está se movendo nessa direção. Esta é uma figura impressionante e preocupante, que também é explicada pelos fracassos da esquerda democrática e da social democracia em que estou incluído.” O ídolo tricolor ainda colocou em pauta a necessidade de autocrítica da esquerda, porém “sem perder a essência de sua ideologia”, concluiu.
Raí vem de uma família conhecida pelo forte posicionamento político, para ele há uma grande importância em defender valores ligados à direitos das minorias, questões de gênero, meio ambiente e redução da desigualdade social.
Não sei se está resposta chegará a vc Raí, uma pena, pq como jogador és um ídolo incontesti, nunca igual ao M1TO, Roberto Dias ou ao Gino, porém discordo das suas colocações esquerdistas pq estas estão acabando no mundo honesto, sério e patriótico em q se engaja hj o Brasil!!!