Que venham as oitavas de final da Libertadores. Saindo atrás do placar, o São Paulo virou o jogo com categoria, venceu o Cobresal por 3 x 1 na altitude, e garante a classificação com duas rodadas de antecedência. Depois de 12 anos, vence 5 jogos seguidos como visitante.
A escalação indicava um time ofensivo, e os primeiros minutos confirmaram isso. O São Paulo começou em cima, sufocando a equipe do Cobresal, mas faltou eficiência. E após erro no meio-campo, os chilenos pularam na frente aos 23 minutos do 1º tempo, com gol de Diego Coelho. Sem demora, o São Paulo foi pra cima, e chegou ao empate aos 38: Michel Araujo recebeu no meio, se livrou de três marcadores em linda jogada, e cruzou para Luciano, bem posicionado, limpar outro defensor e conferir. O camisa 10 teve a chance da virada logo em seguida, na cara do gol, mas exagerou no preciosismo e perdeu, ao tentar a cobertura.
Na etapa final, o São Paulo voltou um pouco fora de sintonia, mas o dedo de Luis Zubeldia fez o time sair da água para o champanhe: três mudanças aos 13 do relógio, e dois minutos depois, um golaço de Rodrigo Nestor, tão lindo como na final da Copa do Brasil. Já na reta final, aos 33, Erick foi lançado pela direita, e ajeitou na medida para o artilheiro; Calleri tentou a cobertura, a bola carimbou a trave, mas voltou para o argentino conferir no rebote, e selar a vitória.
Notas
Rafael – Levou um gol, mas sem ter culpa nenhuma; a defesa podia ter feito coisa melhor. 6.0
Igor Vinicius – Apareceu Foi discreto no jogo de hoje, mas na altitude é compreensível. Cobrar intensidade seria covardia. 6.0
Arboleda – Foi mal contra o Vitória, e falhou no gol do Cobresal; que sejam infelicidades pontuais, precisamos do equatoriano em alto nível. 2.0
Alan Franco – Assim como Arboleda, cochilou no gol do Cobresal. 3.0
Patryck – Infelizmente, não tem calibre pra jogar pelo São Paulo, ainda mais na Libertadores. Sentiu o peso da partida, cedeu o espaço onde nasceu o gol do Cobresal. 3.0
Alisson – Brigador e esforçado como sempre, dessa vez não conseguiu participar tão decisivamente. 6.5
Bobadilla – Já fez jogos melhores, bastante apagado no jogo desta noite. 4.0
Ferreira – Correu bastante, mas também não apareceu com destaque. 4.0
Michel Araújo – Não vinha fazendo grande jogo, mas a jogada do empate merece todos os aplausos, até mais do que o ótimo cruzamento para o Luciano. 7.5
Luciano – Foi displicente depois do empate, é bem verdade. Mas na hora mais difícil, um lindo gol, e tem seu crédito. 7.5
Calleri – É uma bola, só uma. Se chegar em boas condições, ele resolve, mesmo que seja no rebote; o gol de cobertura seria lindo, mas o que vale é a pelota na rede. Que o gelo na panturrilha não passe de um susto. 9.0
Erick – Entrou nas mudanças por atacado aos 13 minutos, com Galoppo e Nestor. No único lance de destaque, serviu Calleri com maestria. 7.5
Galoppo – Quase cravou a goleada no finalzinho, faltou sorte no lance. Um ótimo curinga vindo do banco. 6.5
Rodrigo Nestor – Entrou, e no primeiro toque decidiu, com um golaço. Predestinado, iluminado, craque da pelota. 10.0
André Silva – Entrou com o jogo resolvido, não teve tempo e nem necessidade de fazer algo. 5.0
Rodriguinho – Não fosse o susto com Calleri, provavelmente nem entraria no jogo. 5.0
Luis Zubeldia – Melhor do que ter um técnico, e ver que ele tem repertório, sabe revezar os esquemas, e não espera o caldo engrossar para usar o banco. 8.0
Nota geral – Altitude à parte, podíamos ter visto uma imponente goleada, faltou um pouco de eficiência. Porém, o que importava era vencer; assim fizemos, e com menos sofrimento do que vimos em jogos de 2015 e 2016. Um ótimo presságio. 7.5
Bola cheia
Intensidade no início – Faltou eficiência, mas nos primeiros minutos, a marcação pressão não deu sossego ao time do Cobresal, muito bem executada. Em futuros jogos, essa postura pode ser uma arma de grande potencial
Rodrigo Nestor – A definição de estrela pode ser atualizada no dicionário. Tem tudo para escrever seu nome na história do São Paulo Futebol Clube.
Bola murcha
Zubeldia e Calleri – É preciso repetir essa crítica, entre muitas aspas. Todo mundo ama ver um jogador despejando vontade nos 90 minutos, mas com o jogo resolvido, não é preciso forçar, certo? Calleri podia ter saído após o 3×1, esperamos que nada de grave tenha acontecido. O argentino e nosso treinador precisam adquirir essa consciência. Apenas um pequeno ajuste, que todo trabalho necessita na jornada, tal qual um carro de Fórmula 1, que precisa trocar os pneus durante uma corrida.
Arboleda – Um cochilo até estranho no gol do Cobresal, mas que repetiu o acontecido na partida de domingo; nas poucas chegadas do Vitória, o equatoriano marcou “à distância”, podia ter complicado o time. Hoje, em uma bola que claramente iria no segundo pau, mas no limite da linha de fundo, o mais óbvio era um passe para o meio, rezando pra sair alguma coisa. Foi o que Mesías fez, enquanto Arboleda ficou olhando, colado na trave e deixando espaço, ao invés de tentar bloquear a única ação possível do meia chileno.
João Silvino
(YouTube: João Silvino / Twitter e Instagram: @JPSilvino_2004)