Jogadores Icônicos: O Polêmico, Roberto Rojas!

(Foto: José Patrício | Folha Imagem)

Roberto Antonio Rojas Saavedra, conhecido no mundo do futebol como Roberto Rojas, teve uma carreira marcante tanto como jogador quanto como técnico. Ele começou a se destacar internacionalmente graças às suas boas atuações pelo Colo Colo e pela seleção chilena, principalmente durante a Copa Libertadores e a Copa América de 1987. Essas performances chamaram a atenção do São Paulo Futebol Clube, que decidiu contratá-lo. O objetivo era disputar a posição de titular com o goleiro Gilmar, o que ele fez entre 1987 e 1989.

Durante seu período como atleta do São Paulo, Rojas participou de 40 partidas, conseguindo 19 vitórias, nove empates e sofrendo 12 derrotas. Ele demonstrou grande habilidade e segurança embaixo das traves, o que consolidou sua posição no time. Além disso, nesse período, ele ajudou o clube a conquistar dois títulos do Campeonato Paulista, em 1987 e 1989. Desse modo, contribuindo de forma significativa para o sucesso da equipe.

Momento Inconsequente 

No entanto, o episódio que realmente tornou Rojas mundialmente famoso foi a infame partida entre Brasil e Chile, no Maracanã, em 3 de setembro de 1989. Naquela ocasião, durante as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1990, o Chile precisava vencer o Brasil para garantir sua classificação, enquanto ao Brasil bastava um empate. Temendo a eliminação de sua equipe, Rojas, junto com o zagueiro Fernando Astengo, elaborou um plano para interromper o jogo e evitar a desclassificação.

No decorrer da partida, um sinalizador foi disparado da arquibancada em direção ao campo, caindo próximo ao goleiro chileno. Aproveitando-se da situação, Rojas cortou o próprio rosto com uma lâmina de barbear que havia escondido em sua luva, fingindo ter sido atingido pelo artefato. Ele esperava que a falta de segurança cancelasse o jogo, o que poderia favorecer a seleção chilena. No entanto, as investigações subsequentes revelaram a farsa, levando ao banimento de Rojas do futebol.

Apesar desse triste desfecho, a história de Rojas no futebol teve um novo capítulo em 2001, quando a FIFA atendeu a um pedido de perdão e retirou o seu banimento. Com isso, ele pôde voltar a trabalhar no esporte, inicialmente como treinador de goleiros. Esse retorno ao mundo do futebol marcou o início de uma nova fase em sua carreira, agora fora das quatro linhas, mas ainda profundamente envolvido com o esporte que o consagrou.

Trajetória Técnica no São Paulo

Em 2003, Rojas assumiu o comando técnico do São Paulo, após a demissão de Oswaldo de Oliveira. Inicialmente, ele foi colocado como técnico interino, mas sua habilidade em reorganizar a defesa do time, que vinha sendo um grande problema até então. Isso levou à sua efetivação no cargo. Com Rojas no comando, o São Paulo conseguiu uma boa campanha no Campeonato Brasileiro, o que garantiu ao clube uma vaga na Copa Libertadores do ano seguinte, um feito que não acontecia há uma década.

Apesar de seu sucesso inicial, o São Paulo substituiu Rojas por Cuca antes do início da temporada de 2004. Mesmo assim, ele deixou uma marca positiva em sua passagem como técnico. Então, levando o São Paulo a um total de 28 vitórias, 13 empates e 11 derrotas em 52 jogos. A solidez defensiva que ele implementou fortaleceu o clube e ajudou a equipe a alcançar as semifinais da Copa Libertadores em 2004, antes de o Once Caldas eliminá-lo.

(Foto: Divulgação | spfc.net)

Preparador de Goleiros

Além de seu trabalho como técnico, Rojas continuou a contribuir para o futebol como preparador de goleiros, transmitindo sua vasta experiência e conhecimento para novas gerações de jogadores. Assim, ele consolidou uma carreira que, apesar de marcada por um episódio controverso, também foi repleta de conquistas e reviravoltas. Sua trajetória é um exemplo de como o esporte pode oferecer segundas chances e de como a redenção é possível dentro do futebol.

Com isso, Roberto Rojas se eternizou na história do São Paulo Futebol Clube, tanto como jogador quanto como técnico, sendo lembrado não apenas pelos títulos conquistados, mas também pela sua resiliência e capacidade de superação. Ele, que chegou ao clube como um talentoso goleiro, acabou deixando um legado que transcende sua atuação em campo.

Nenê Lopes

26 anos, estudante de comunicação social hab. Rádio e TV, apaixonado pelo São Paulo FC, baiano "retado". Ex colaborador da página spfc mil grau e design gráfico.

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