Válber Roel de Oliveira, ou simplesmente Válber, nascido no Rio de Janeiro em 31 de maio de 1967, é um treinador e ex-futebolista brasileiro que se destacou como zagueiro. Inicialmente, atuou no meio-campo e como volante, até se destacar como lateral-esquerdo, posição na qual foi fixado durante a campanha do vice-campeonato. Tanto agradou que ganhou a Bola de Prata nessa posição.
Com essa reputação, Válber chegou ao São Paulo para o Campeonato Paulista. Embora o técnico Telê Santana acreditasse que ele tinha mais potencial que o zagueiro italiano Franco Baresi, isso não garantiu sua vaga de titular. Estreou no jogo do título do Troféu Ramón de Carranza, em 29 de agosto de 1992, substituindo Ronaldão na goleada por 4 a 0 sobre o Real Madrid. Participou do elenco que viajou ao Japão para a Copa Europeia/Sul-Americana de 1992, mas não entrou em campo na vitória sobre o Barcelona. Nas finais do Paulistão, atuou no segundo tempo em ambas as partidas, substituindo o lateral-direito Vítor.
Nos primeiros quatro jogos de 1993, Válber assumiu a titularidade, mas logo deslocaram-no para a zaga-central, posição onde permaneceu. Nesse período, o São Paulo foi campeão da Libertadores e da Copa Europeia/Sul-Americana de 1993, além de conquistar a Supercopa Libertadores. Entretanto, Válber começou a perder espaço no time após a derrota na final da Taça Libertadores de 1994 para o Vélez Sársfield. Disputou apenas uma partida pelo Campeonato Brasileiro de 1994 e desapareceu novamente em outubro, supostamente para evitar contato com Telê Santana. A diretoria o perdoou, mas o treinador decidiu não escalá-lo mais.
Relato de Um Dirigente
Técnico, mas indisciplinado, Válber permaneceu no São Paulo durante os “anos de ouro” do clube (1992/93) devido ao seu talento. Seus atrasos constantes e faltas aos treinamentos eram justificadas com desculpas esfarrapadas, como relatou Kalef João Francisco, diretor do Tricolor na época do bicampeonato mundial. “O Válber matou três vezes os avós e furou o pneu do carro setecentas vezes no período em que jogou conosco”, recorda-se Kalef.
Números e Títulos Pelo Tricolor
O estilo “malandro” de Válber o impediu de disputar a Copa do Mundo dos Estados Unidos. Titular nas Eliminatórias, ele perdeu a confiança do técnico Carlos Alberto Parreira após fugir da concentração em 1993. No São Paulo, Válber disputou 159 partidas, com 81 vitórias e cinco gols, o primeiro deles em 13 de outubro de 1992, numa goleada por 4 a 1 sobre o Santos.
Zagueiro de técnica notável e também volante, Válber atuou pelo São Paulo de 1992 a 1997, conquistando diversos títulos: os Mundiais de 1992 e 1993, a Libertadores de 1993, a Supercopa de 1993, o Campeonato Paulista de 1992 e as Recopas de 1993 e 1994.
Vida Extracampo
O que atrapalhou sua brilhante e promissora carreira no São Paulo foi a vida extracampo. Válber era um zagueiro excepcional, com boa saída de bola, controle e capacidade de desarmar adversários sem tocar neles. Além disso, era versátil, atuando como meia e lateral-esquerdo.
Válber não só impressionou pela sua técnica, mas também por sua versatilidade em campo. Ele não apenas se destacava como zagueiro central, mas também desempenhava funções no meio-campo e como lateral-esquerdo. Essa capacidade de adaptação foi crucial para os momentos decisivos, tanto nas competições nacionais quanto internacionais. Com uma visão de jogo aguçada e excelente habilidade para desarmar sem cometer faltas, Válber rapidamente se tornou um dos jogadores mais respeitados e temidos pelos adversários.
Apesar de seu talento inegável, Válber enfrentou inúmeros desafios fora dos gramados. Seu comportamento errático e a indisciplina constante minaram a confiança dos técnicos e da diretoria. Mesmo assim, ele conseguiu manter-se no time durante os anos mais gloriosos do São Paulo graças ao seu desempenho em campo. Sua presença foi vital nas conquistas do bicampeonato mundial e das taças Libertadores e Supercopa. No entanto, sua falta de compromisso e os episódios de atrasos e ausências nos treinos sempre geraram controvérsias e prejudicaram sua relação com a equipe técnica.
Depois de sua passagem pelo São Paulo, Válber ainda teve uma carreira significativa em outros clubes, mas nunca mais alcançou o mesmo nível de destaque. Sua trajetória é um exemplo claro de como o talento bruto pode se comprometer por questões disciplinares. Em retrospectiva, Válber é lembrado como um dos grandes jogadores da história do São Paulo, cujas habilidades em campo eram indiscutíveis, mas cuja carreira poderia ter sido ainda mais brilhante se tivesse mantido um comportamento mais profissional fora dos gramados.
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