Saudações Tricolores! Vivemos dias turbulentos no clube e isso já não causa estranheza entre nenhum torcedor. Após a eliminação vexatória no Campeonato Paulista a mídia explodiu de notícias sobre problemas internos envolvendo Rogério e os jogadores. Problemas esses que tiveram como último capítulo a possível discussão entre o treinador e Marcos Paulo. A forma como Ceni interpelou o atleta teria causado um tremendo mau estar no elenco que chegou a procurar a diretoria para reclamar. Logo abaixo trago um trecho de um texto escrito após a demissão do treinador na passagem anterior. Em 03 de julho de 2017 Ceni era demitido do comando técnico da equipe.
De volta ao passado
“Se você é da turma que pensa que defender o Rogério é amar mais o ídolo do que o clube, não recomendo seguir a leitura. Se você é da turma que pensa que criticar Rogério Ceni é uma espécie de sacrilégio, também recomendo não seguir com a leitura. Esse texto visa apenas expor alguns pontos que devem ser considerados pelo torcedor afinal, o tom dos dois lados está acima de um tom normal de critica. Do meu modo de ver, a demissão do treinador era uma questão de tempo devido aos resultados negativos dentro de campo.
O que me motiva a escrever nesse momento envolve o “pós-demissão” de Ceni e a forma como a própria torcida são-paulina tratou do assunto. Rogério era uma “aposta” da diretoria e era sabido por todos o alto risco da contratação. De certo modo, muitos trataram o assunto como apenas um trunfo de Leco para se reeleger e se essa era a intenção, o objetivo acabou sendo atingido.
Não deu certo
O São Paulo se encontra na zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o que deixa claro que, até então, o trabalho do treinador Ceni não rendeu os frutos esperados. Soma-se a isso as eliminações no Campeonato Paulista, na Copa Sul-americana e na Copa do Brasil, e essa combinação ganhará cores ainda mais fortes. Ceni começou seu trabalho na Florida Cup, torneio amistoso de preparação para a temporada que foi vencido pelo Tricolor, e ao longo do estadual, foi tentando dar uma nova cara para a equipe. O time começou como uma máquina de fazer gols, mas também os sofria em quantidade indigesta para os críticos. Ceni buscou encontrar o equilíbrio entre ataque e defesa e acabou perdendo a qualidade ofensiva que era ponto forte do elenco.
O treinador errou ao tentar “recuperar” algumas peças do plantel como Wesley, Denis, Bruno e Lucão, causando a ira do torcedor que não tem mais paciência (e com razão) com esses nomes. Em alguns jogos, esses jogadores foram diretamente responsáveis por falhas individuais que decretaram derrotas. Ceni também errou ao demorar para encontrar um esquema de jogo definido, testou nomes e variações táticas sem focar em nenhuma de forma definitiva. Analisando esses fatores e pensando no modo brasileiro de gerenciar futebol, era questão de tempo para a saída do treinador. A questão que sempre ficará é se o projeto precisaria de mais tempo para funcionar ou se jamais seria produtivo com uma diretoria como a nossa.” (Para ler o texto na íntegra clique aqui)
O jogador x o treinador
Todo são-paulino sabe que Rogerio Ceni foi um atleta exemplar, que buscava a perfeição e ia muito além para alcançar seus objetivos. Em 1992, ele chegou ao São Paulo onde se tornou uma das maiores lendas da história do clube. Foram 23 anos, entre 1992 e 2015, onde ele disputou um total de 1237 partidas, um recorde mundial para um goleiro em um único clube. Também ficou conhecido por sua habilidade em defender pênaltis e por sua capacidade de marcar gols. Ele é o maior goleiro-artilheiro da história do futebol, com um total de 131 gols marcados, sendo 69 de falta e 61 de pênalti. É o jogador que mais atuou pelo São Paulo sendo considerado um dos maiores ídolos do clube nada vai mudar isso.
No entanto, exatamente por ser quem ele é, me questiono se o jogador Rogério não tem atrapalhado o treinador. Não é nenhuma novidade que o futebol mudou muito nas últimas décadas, e quando digo isso, não estou falando da parte tática e técnica. Sim, uma das maiores mudanças do esporte está em um ambiente em que nós torcedores não conseguimos alcançar. Estou falando dos bastidores, do que acontece no dia a dia e não chega nos noticiários esportivos, pelo menos não até a coisa já ter se tornado um barril de pólvora com pavio aceso. São tempos de assessores, empresários e familiares inseridos dentro do clube e interferindo na rotina dos jogadores.
Ceni é de outro tempo e tem uma personalidade extremamente forte. Como jogador, cobrava os companheiros, exigia seriedade e compromisso. Vivia intensamente o São Paulo e tinha influência incomum para um atleta, e aí nasce a grande questão que tenho: Rogério não entendeu que os tempos são outros! A forma como tem gerido o elenco, a forma como muitas vezes expõe questões internas nas coletivas e a forma como lida com os problemas já deram sinais de desgaste. Se somarmos a isso a falta de títulos e o futebol apresentado sob seu comando, temos a receita perfeita para o filme repetido que estamos assistindo. Rogerio não é o único culpado pelos fracassos mas também faz parte do problema pelo fato de seu comportamente também atrapalhar.
Apesar de muitos defenderem o treinador, uma grande parte dos torcedores já subiu o tom e pede sua cabeça. Ceni não responde bem a essas críticas e os discursos que ele faz a cada insucesso contribuem para esse sentimento. Por enaquanto o técnico está garantido, mas a questão que fica é que, se os resultados não acontecerem, não teremos um “plot twist”. Espero um final diferente, mas tudo que vejo me parece que teremos logo em breve o famoso mais do mesmo.
Pro São Paulo FC Fiant Eximia
Concorda? Não? Deixe Seu comentário de forma educada. Adriano Carvalho – Twitter @AdrianoC80
Está muito na cara que o Rogerio não vair durar muito. Mesmo que o Casare queira os jogadores já estão querendo derrubar ele. Tem uma parte sim da culpa dele de não saber conversar com os jogadores e concordo quando você diz que hoje não dá mais para ser como era no tempo dele com o Telê. Se ele não acordar só vai trabalhar em time pequeno mesmo